No dia 14, por volta das 22h30, na cidade de Mesquita, após sair de uma festa, Ítalo Lopes e Rafael Borges foram baleados por policiais sem farda. Ítalo levou oito tiros e está morto, foi enterrado 6ªfeira, e Rafael, que levou um tiro, está hospitalizado sem risco de morte.
Ambos, que estavam saindo de uma festa, foram cercados e alvejados por policiais militares que estavam em um veículo. Logo após o crime, os dois policiais, Paulo Rogério Barbosa Soares (16º BPM de Olaria) e André Marcelo Pereira Soares (BOPE), foram detidos por policiais militares do 20º BPM (Mesquita). No momento, os dois estão presos, e o sobrevivente, a principal testemunha, está sob proteção policial no hospital.
Estamos mobilizando diversas instituições e figuras públicas para que o caso não fique no esquecimento, e que os policiais sejam punidos pelo crime cometido. Para isso, é preciso que o processo seja concluído e encaminhado para a promotoria e para a justiça.
Dentro da estratégia de pressão, conseguiu-se marcar reunião com o Secretário de Direitos Humanos, Paulo Bahia, 2ªfeira, às 10h, na Av.Presidente Vargas, nº 817/11º andar. Seria importante a participação de representantes de entidades ligadas aos movimentos populares, ao hip hop, à cultura, à juventude, aos direitos humanos, militantes, ativistas e etc.
Ítalo, 29 anos, era integrante do grupo civil organizado de hip hop Setor BF, era aluno do Curso de Audiovisual na Cufa, era produtor do projeto Estilhaços, produzia todos os anos o evento Coréia na Cultura, trabalhava em um programa de uma rádio livre na cidade de Mesquita, e participava da comissão responsável pela elaboração da lei do Plano Diretor da cidade de Mesquita, ele era representante do segmento da juventude. Era mais uma pessoa que se indignava e lutava contra as desigualdades e violações de direitos. Um militante que ficava na linha de frente. Era uma figura muito querida e respeitada. Deixa saudades.
17 setembro 2006
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Um comentário:
Nosso grande Íta fazia parte do grupo "Fim do mundo" - Cufa CDD, e em seu roteiro a respeito do nosso tema, no final do filme, colocou a morte de um menino, sua explicação era que nós tinhamos que mostrar a violência policial como ela é verdadeiramente, sem mascaras!
Aquelas gotas de sangue que Íta descrevia em seu roteiro, se transformam hoje em nossas lagrimas.
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