24 maio 2006

ATIVIDADES DA CUFA/ CIDADE DE DEUS

Cia de Teatro da Cufa

A Cia de Teatro da Cufa surgiu há quatro anos, a partir da iniciativa de um grupo de moradores da Cidade de Deus, que já estudavam teatro, e decidiram se unir para montar um grupo teatral. Hoje, a companhia é formada por 15 atores, na faixa etária dos 14 aos 40 anos.

O grupo, que já participou de oficinas e aulas ministradas por profissionais com larga experiência teatral, como Guida Vianna, Débora Lamm, Lázaro Ramos e Cico Caseira, tem o teatro do Espaço Cultural Cidade de Deus como seu local permanente. Já houve apresentações em universidades como a PUC-Rio, a UFRJ e a UNI-Rio, bem como em praças públicas e festivais de teatro no interior do Estado.

Alguns dos espetáculos montados pela Cia de Teatro da Cufa foram: “A voz do excluído”, escrito pelo próprio grupo, “O Fragmento de Navio Negreiro”, que mesclava conteúdos de letras de músicas de vários estilos com trechos do poema de Castro Alves e “MK”, baseado em uma letra do rapper MV Bill. Já foram montados também dois textos de Lima Barreto, “Caso do Mendigo” e “Elogio à Morte”. As mais recentes produções foram a comédia social “Nóia da Paranóia”, dirigida por Cico Caseira, e “Papo Calcinha”, dirigida por Anderson Quak, que abordava temas do universo da adolescência relativos à educação sexual, gravidez e prevenção contra DSTs.

Um dos momentos marcantes da história da Cia de Teatro da Cufa aconteceu com o espetáculo “Não Adianta Falar”, apresentado em protesto pela morte de um morador, vítima de bala perdida, em 2003. Ao final do espetáculo, o público, de mais de cinco mil pessoas, que lotava a praça principal da Cidade de Deus, formou um imenso coro para cantar o Hino Nacional. Outro acontecimento importante foi a apresentação no programa Criança Esperança, da Rede Globo de televisão, em São Paulo, no ano de 2004.

Para a Cia de Teatro da Cufa não há a obrigatoriedade de ligar a arte da favela aos temas da favela. O distanciamento completo não é possível, nem desejado, já que abordar o cotidiano do tráfico, das desigualdades e etc, se faz extremamente importante, mas os temas não devem ser exclusivamente estes.

“Rompendo preconceitos, a Cia de Teatro da Cufa busca que o artista da favela não seja visto como um artista de favela, mas sim como um artista”.

(Anderson Quak, fundador e diretor da Cia de Teatro da Cufa)


Viviane Siqueira e Rafaela Baia, no espetáculo "Nóia da Paranóia", 2005.

Um comentário:

Anônimo disse...

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