por Joyce Santos
Os coordenadores do Núcleo de Audiovisual da Cufa Cidade de Deus, Anderson Quak e Rodrigo Felha, estiveram na última sexta-feira (27/10) no auditório da PUC-Rio para uma conversa com alunos da disciplina de Comunicação Audiovisual da universidade. Houve a exibição de algumas produções da Cufa como os videoclipes “Ataque Verbal”, do grupo de rap Baixada Brothers e o ainda inédito “Já é”, de Cidinho e Doca. Os alunos da PUC assistiram também a trechos do documentário “Sou Quem Sou”, cujo DVD, uma parceria da Cufa com o Nós do Cinema e o Nós do Morro, será lançado em novembro. No debate, estiveram presentes os professores Patrícia Maurício, Lilian Saback e Ernani Ferraz.
A mesa, com as professoras da PUC-Rio Lilian Saback e Patrícia Maurício e os coordenadores do Núcleo de Audiovisual da Cufa, Anderson Quak e Rodrigo Felha.
O interesse dos alunos percorreu desde questões sobre como o núcleo começou, até como se dá a relação e a percepção da comunidade com o trabalho audiovisual desenvolvido pela Cufa, dentro da Cidade de Deus. Anderson Quak e Rodrigo Felha falaram também sobre as dificuldades de produzir com baixo orçamento e as formas que encontram para superar estas limitações, citando exemplos de alguns dos mais de 15 filmes já realizados pela Cufa.
No auditório da PUC-Rio, alunos assitem a palestra sobre o audiovisual da Cufa.
Além disso, a conversa foi aprofundada com relação à temática social de como acontece e pode vir a acontecer uma integração produtiva entre o asfalto e a favela. Segundo Anderson Quak, é preciso que as ações tenham continuidade, para irem além de práticas e discursos assistencialistas. Ao final do encontro, a sugestão de uma das alunas de se realizar uma “Mostra Cufa” na PUC sinalizou o interesse para que seja estabelecida uma relação mais consistente. A idéia foi recebida com entusiasmo tanto pelos professores, quanto pelos coordenadores da Cufa. O primeiro passo já foi dado. A partir dele, um caminho pode ser trilhado, possibilitando um maior diálogo entre duas realidades que, ao contrário do que pode ser pensado, não se opõem, mas se complementam.
27 outubro 2006
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